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domingo, 25 de julho de 2010

O puro Sentimento

Há pessoas que dizem: "Vou virar a pagina.", há outras ainda que dizem: "Para mim e um novo capitulo"...
Eu não posso usar nenhuma destas frases.. Por muito que lamente, não consigo.


Quando apareceste eu sabia que algo ia mudar, e tentei procurar o que seria. No momento do primeiro beijo, pensei que viesse a ser uma nova pagina. Algo de bom e agradável.. A cada vez que te beijava tinha mais e mais certeza de que eras uma nova pagina. O tempo foi passando, e numa dada noite, os nossos corpos colidiram. As chamas do nosso desejo dançaram juntas debaixo do sol estrelado enquanto uma lua brilhante e imponente sorria sobre nós no alto do céu..Ai eu soube, uma pagina não era o que procurava. Então seria um capitulo novo contigo. Enquanto nos beijávamos naquela noite a minha mente acalmava finalmente em paz, os meus lábios beijavam os teus entre sorrisos, e sem veres, uma lágrima de felicidade fugiu-me do canto do olho. Sentia-me vivo outra vez.

E depois, veio esta maldita distancia, distancia e tempo que me matam enquanto contos os segundos que faltam para poder encostar os meus lábios nos teus e beijar-te. Esta espera que me mata de saudade de olhar no profundo verde dos teus tao belos olhos e dizer-te o quanto te amo. Querer ter-te nos meus braços para consumar os meus sentimentos com os teus. Sentir o teu coração correr contra o meu. Ver a tua pele incendiar-se de desejo. Foi com estas saudades que me apercebi de algo.. Eu não posso começar um capitulo novo contigo..

Não posso por um motivo muito simples...


Não posso porque uma, pagina, ou mesmo um capitulo, não chega para albergar o que sinto por ti. Para nos, para escrever o que sentimos tenho de fazer um Livro inteiro!
De te amar, de te desejar, de te querer tanto, eu escrevo não um mas mil livros. Por ti não cometo uma loucura, mas cometo cem loucuras. Contigo eu faço tudo, por ti tudo eu faço.

Mas..

Com um objectivo apenas...

Poder chegar ao fim do dia..e ver que tens um sorriso na cara por minha causa..saber que és feliz.. So isso me interessa..so isso...

Esse,e o meu objectivo.
E com isso em mente, vou escrever o nosso.. Livro.

Amo-te..

segunda-feira, 12 de julho de 2010

1 de Abril..Um ano depois

E de manha e sol raia bonito e amarelo pela janela. La fora os pássaros cantam, sempre me disseste que era o que mais gostavas nesta casa, poder abrir a janela de manha e ouvir o dia a começar. Ontem a noite adormeci, com o teu corpo em chamas no meu, os teus olhos carregados de desejo e a tua voz carregada de amor. A noite fora quente e mostraste de ti uma face que nunca vira mas que em meia hora me aprisionara, as tuas maos agarraram a minha carne com tanta convicçao que agora tinha nodoas negras, manchas roxas que marcavam os teus dedos na minha pele. A noite terminara da melhores das maneiras. E em breve cansados e exaustos adormecemos nos braços um do outro..


Hoje e de manha, e acordo com o meu vagar, mas vejo que a tarefa de me levantar e difícil. Tenho peso, és tu que dormes descansada no meu peito. Com essa camisa branca que por teimosia vestiste, só porque eu disse que te ficava mal. Os teus olhos cor de oliva fechados, dormem um sono ainda profundo e descansado. Aproveito este momento de calmaria e paz, para relembrar o que passamos juntos. Uma lágrima foge pelo canto do meu olho. Não de tristeza, mas de saber que já passamos por tudo e nos mantivemos juntos. Doí-me a alma só de pensar que posso ficar sem ti. E de repente mais lágrimas começaram a correr pelo meu rosto. Lágrimas gordas mas felizes por te ter a meu lado.


Deitados na cama que nos acolheu durante a noite, o teu corpo começava a despertar. Puxei uma madeixa do teu cabelo que pendia nos teus olhos para trás da tua orelha, e beijei o teu rosto. E uma lágrima cai na tua face. Acordaste de sobressalto e perguntaste-me se estava bem, limpei as lágrimas e disse que estava feliz por estar contigo. Sentaste-te no meu colo e enterraste a tua cabeça no meu pescoço. Beijaste-me docemente, e mandaste-me "pacificamente" fazer a barba.. E caminhaste para fora do quarto sem nada mais dizer na tua habitual e carinhosa frieza que eu tanto amo.. Agora sim, eu conheço o rosto da felicidade, esse rosto e o teu..
Hoje e dia 1 de Abril. O peluche deve estar a chegar..

Amo-te..

domingo, 4 de julho de 2010

Fogueira

Sentei-me na sala fria e vazia. Paredes de pedra tal como o tecto de onde se pendura majestosamente um candelabro de gelo. O tapete que morria a sua falsa vida por debaixo de mim era confortavel mas poierento.. O doce aroma de madeira a arder bafejou-me a cara. O som de madeira a crepitar inundavame os ouvidos enquanto fechava os olhos e deixava uma lagrima correr pelo canto do rosto..enterrei a cabeça nos braços que cruzava em cima dos joelhos. A escuridao começou a abater-se na sala, e a lareira ia ficando mortiça.. a madeira ficava mais negra espairando a sua vida no ar. O ar ficava pesado.. e o aroma mudava de doçe para amargo a cada respiraçao dificil que eu conseguia fazer.. senti-me a ficar fraco, e cai de lado no tapete. Os meus olhos lacrimejaram, e lagrimas escorreram sem barreias pelos meus labios ate ao tapete onde a minha cara se colava. Os meus olhos ficavam negros.. Nao me lembro de mais nada..
A lareira morreu por fim, tal como corpo que jazia a sua frente, ficando por fim coberta de negro, sabia-se que por baixo ainda ardiam as brasas, mas o lume morreu. Nas grandes portas da sala..no lado exterior, tiritava uma tabuleta ao frio. Tinha uma so palavra escrita... O nome da sala pelo que se julgava...

A tabuleta dizia....


Coraçao...



Burn..

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Fuga (VI Volume)

Quando a porta se abriu, vislumbrei o interior do quarto,a cortesã estava deitada na cama e Maar parecia ensonado, inspirei fundo e reuni coragem para falar:
-Boas noites senhor Maar. Arrume as suas coisas, e prepare-se para embarcar..
O sono parecia bastante, o homem bocejou como um leão. Por falar em leão o cão também estava a acordar e grunhiu como que a reclamar de o terem acordado.
- Huh? Já? Onde vamos?
-Vamos sair da Ilha - as palavras cortavam-me a garganta de tanta dor que me causavam.
- E o resto da população? Vamos abandoná-los? - Argh! Não estás a ajudar Maar! Eu sei que a população vai desaparecer. Suspirei reunindo paciência e disposição para regressar ao ponto zero.
-Mais uma vez lhe pergunto Maar, sabe alguma coisa sobre esta Ilha?
- Não.
-Óptimo então deixe-se de presunções e dúvidas infantis e traga as suas coisas se no quiser ser tragado pela Ilha.
- Certo... Não precisa de ser tão gráfico.
AH! Gráfico, o homem não sabe onde se enfiou, eu estava a ser literal.
-Não estava a ser metafórico. Quer saber porque?
- Dispenso...
Dispensa, meu deus este homem mói-me os fígados!
- Quer sobreviver?
- Sim... Seria agradável
Estava na altura de lhe contar a verdade, se ele ia ficar comigo tenho de falar com ele, começou a reunir os seus materiais e equipamentos.
-Então quer saber… Esta Ilha não e o que aparenta ser..ao invés de um ponto mercantil perfeito, ou um destino paradisíaco esta ilha vive e não numa maneira druida da coisa vive mesmo, e um ser marinho que dorme durante milénios. este pode ser acordado pelo seu actual possessor..
- O senhor, certo?
-Quem me dera senhor Maar!...Não, essa seria a minha mãe. ela sim vai poder acordar o Hidraulu. Assim toda a ilha entrara em movimento e afundar-se-á no oceano. Num processo sem retorno. Ou melhor através dum ritual e possível tornar-se o novo domador do Hidraulu mas isso seria outra história quanto a população todos os habitantes da Ilha que se ligaram a esta tem salvação garantida o Hidraulu envia-os em bolhas de água de alta pressão para locais dispersos pelo mundo. Sem memorias de que algum dia viveram na ilha por isso só nos e que temos de fugir entendido?
- Percebido. Senhor peço perdão - Perdão? Este homem não esta bom da cabeça.
-Que se passa?
-Será que podia impedir que a memória de Igaia fosse apagada? Eu prometi-lhe que nos voltaríamos a ver...- E agora esta apaixonado! E claro que não posso fazer nada disso!... Mas espera posso enfia-la num dos casulos. Teremos de a encontrar mas ela não perde a memória.
-Infelizmente, não consigo controlar a eliminação da memória. A única coisa que posso fazer é colocá-la num casulo antes da evacuação para a proteger desse efeito... Mas ela terá de ser libertada, pois ficará adormecida nesse casulo até este ser quebrado.
-Se é essa a única alternativa, desde que nos possamos voltar a abraçar...- parecia que lhe tinham tirado 50 barcos de pesca carregados de cima dos ombros.
-Então fica decidido. Não se preocupe mais, senhor Maar, agora temos outros assuntos a atender.
Dei um passo fora do quarto e chamei um pajem que passeava nos corredores.
-Rapazola chega aqui - o pequeno correu ate a porta – Vais levar esta menina para os aposentos reais e deita-la na minha cama.
O pequeno assentiu e seguiu.
Maar olhou para mim de soslaio e perguntou:
-Na sua cama? - parecia desconfiado. Resolvi esclarecer logo tudo.
-Sim e o casulo mais resistente que temos, e usado para regentes que já não tem mobilidade. Descanse, em breve vai perceber que na minha vida mulheres já me chegam.
Enquanto íamos falando descemos as galerias do palácio, e chegamos ao exterior onde atravessamos a cidade inteira, ate chegarmos as docas Leste. Lá esperava o barco para fugirmos, onde já estavam o Ferreiro, ia precisar dele para perceber a Llorabella, O Primeiro se quero sobreviver, Root e meu irmão e não o podia deixar para trás. Se a sorte soprasse a meu favor então ela também lá estaria. E Maar, ele e o único que estou a levar sob incógnita. A dúvida estava a consumir-me por dentro. Tinha de lhe perguntar:
-Por acaso, não ..Não viu nenhuma mulher a dirigir-se para cá?
- Erm... não sei se hei-de chamar-lhe mulher, não parecia humana, não lhe senti Energia Clarificada, no entanto ela voava; não notei nenhum pulsar nem batimento, mas a sua presença notava-se forte... Conhece-la?
-Sim..isso quer dizer que ela vem..ela e a primeira ainda faltam os outros 6...essa mulher tem um poder que o transcende!
- 6? Não serão por acaso...
-São 7 eles. E são algo que não pode ser discutido agora sob estas circunstâncias. Ela..
ela chama-se Luxúria..
- Entendido. Como eu pensava. Compreendo.
E para mais ela e especial para mim.. Siga-me..-Atravessamos as docas e subimos ao barco, já lá estavam todos e resolvi apresenta-los -Ali aquele senhor armadurado, e o Primeiro, e o de avental e o Ferreiro. Senhores este e All..- Raios do nome em elfo, não consigo prenuncia-lo.. enrola a língua..ARGH RAIOS!
- Aelwynd Maar, Meio-Elfo ao vosso serviço
-isso...- Finalmente podias tê-lo feito mais cedo não achas?
-Então só falta ela disse o Primeiro com a voz rouca e pesada.
-Sim falta ela. E o Root?
-Já esta lá em baixo na camarata. Ia com umas trombas que nem te conto.
Só podia.. Mas fico feliz por ele ter vindo. Não era capaz de fazer isto sem ele.
Entre tanto, um pó cintilante e dourado começou a pairar no ar, era ela, Lux.
O rosto dela apareceu debaixo da sua capa negra. Com uma expressão de alívio disse-lhe:
-Lux..vieste. – Sorri -Já estamos todos. Vamos embora. REI MAR, LEVA-NOS PARA LONGE DA MORTE CERTA. HONRA_NOS COM A TUA BOA MARÉ!
Com o encanto que qualquer regente da Ilha tem de saber, as mares e os ventos levam a embarcação do regente navega por si só. Já navegávamos ao largo da praia em direcção a alto mar, e sol vermelho já raiava no céu, quando Maar me chamou a atenção:
- Não apanhei o seu nome
-Irmão ,bem mais fácil que o seu não e?- Rimo-nos em uníssono, facto verídico era que o nome era quase impossível de dizer.
- Tal é de pensar, sim. - Ao menos concorda comigo. Já não e mau.
Navegamos em direcção a mar alto e fugimos a enorme desgraça que a Ilha abraçara, agora a afundar-se no tremendo mar. O Hidraulo ia agora acordar…


(Fim)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Caminhos Cruzados (V Volume)

Mirei os dois seres enormes de alto a baixo, um canídeo enorme, e algo que só poderia dar como elfo, mas era enorme para o tamanho normal da raça. Quando em campanha, cruzei-me com enumeras raças sendo que umas delas eram elfos, os elfos eram esguios magros e claros, este e o oposto bronzeado, alto espadaúdo, uma verdadeira besta! Que será que queriam aqui? Especialmente numa altura como esta?

- Bons dias, Irmão, Regente da Ilha. Qual e o problema?

- Graças aos Deuses que chegou! Venho trazer-lhe uma informação urgente: a ilha está prestes a ser atacada! Eu avisei o guarda sobre os barcos, mas dizem que sou louco! Eu vi! Eu vi! Na floresta, uma estátua viva apontada para cá! E...

Não podia ser…ele viu a estatua.. Os barcos. QUEM É ESTE HOMEM!?.. é melhor tê-lo por perto..ele tem de ficar comigo, pode ser mais do que eu penso.

-O guarda com certeza estava distraído, e será devidamente disciplinado pela imprudência.. Quanto estatua é bem possível que sim que a tenha visto, entre suba ao salão, uma cortesã, acompanhá-lo-á.

Traga o seu...- Interrompi-o antes que ele pudesse entrar em devaneios, mas hesitei perante a dúvida do nome que havia de atribuir ao cão adubado.

- Fierce. Nem eu sei muito bem o que ele é mas ele dá-se bem comigo.

-Hum.assenta-lhe.- facto era mesmo esse, em línguas de outras culturas humanas, Fierce, significava, destemido, temido, imponente. E o cão era mesmo tudo isso Quanto ao ataque, já tomei conhecimento, e um acontecimento sem precedentes. A corte será reunida sob a minha ordem para se tomar um plano, será dos primeiros a ser informado da sua conclusão.

- Mas não há tempo! Eles aproximam-se! Possuem uns canos que expelem fogo mas que não são mágicos! Os barcos são enormes e repletos de soldados! As tropas deveriam ser reunidas imediatamente...

- Eu ofereço-me para ajudar no que puder.- Este homem e doido não sabe o que diz. Resolvi acalma-lo e correr para a corte.

- Sabe alguma coisa sobre esta ilha senhor..?- perguntei com um tom seco e cortado inquirindo subtilmente sobre o seu nome.

- Nem por isso, não tive muito contacto com exterior, só me comecei a aventurar muito recentemente, fará já mais de uma semana, se não me engano. Esqueci-me de me apresentar! Perdão, chamo-me Aelwynd Maar.

Como eu esperava, nada sabia desta Ilha..

-Pois bem senhor Maar, por favor faça o que lhe digo, e dirija-se ao seu quarto designado com a sua companheira. E fique com a minha palavra de que hoje poderá descansar em paz, os barcos não se acercaram.

- Obrigado, bem preciso de descanso. E quanto a Fierce?- O cão seria sem duvida um pânico dentro do castelo, mas também era o ultimo dia da Ilha.. Mais vale deixá-lo ir.

-Aproveite bem a companhia da Ignia, ela e boa rapariga. Quanto a fierce leve-o. Se o mantiver sob a sua alçada nada lhe acontece. Os meus homens não são receosos. Ser-lhes-ha dado alimento aos dois, calor, e a si pelo menos diversão.- depois das palavras terem saído da minha boca arrependi-me do quão nojento que eu próprio soara..

- Uma boa proposta.

Seguiram os dois ate aos portões do palácio. Vi-os entrar e regressei a realidade, toquei com a palma da luva armada, no peito de aço da Llorabella, uma sensação refrescante inundou-me e senti-me motivado para continuar.

Lembrei-me de que tinha de avisar o meu irmão. Atravessei os portões do palácio e dirigi-me ate a cidade inferior, a zona das tavernas e mercados. Era aqui que ficava o Vulcão. O Vulcão e onde esta o meu irmão, Root. Desci as ruas do distrito e a medida que o fazia havia cada vez mais pessoas a celebrar o meu regresso. Enquanto descia as ruas ia-me sentindo cada vez mais culpado pelo que havia decidido. Lá ultrapassei o assunto, e ao virar de uma esquina, avistei uma turbulenta tabuleta que batia com o vento, onde estava inscrito “VULCAO”. Um enorme aroma a hidromel e um bafo de calor emanavam de dentro do estabelecimento. O Sol começava a pôr-se, tinha demorado imenso tempo a chegar ao Vulcão, e ambiente era festivo. Ouviam-se gritos de festa: “O REI VOLTOU”, “E MESMO ELE, ELE VOLTOU!”

Estas pessoas bem que podiam ajudar e não me fazerem sentir culpado.

Entrei e procurei pelo homem rodeado de mais mulheres, que falasse mais alto, que tivesse mais canecas de hidromel nas mãos e que fizesse mais questão de ser servido. Esse seria Root. Contrariamente ao meu julgo, embora o ambiente fosse festivo, não havia nenhum foco. Pelo contrário havia ate um homem, sentado ao balcão com uma só caneca na mão e mulheres nem vê-las. Só reconheci Root pela tatuagem que tinha no braço esquerdo. Uma marca tribal que fez quando se retirou para uma tribo local arqueira quando era mais novo. Uma flecha com quatro serpentes enroladas desde o ombro ate ao pulso. Simbolizava o poder e união da tribo, cada serpente representava uma característica que cada um deles tinha de dominar: Agilidade, Precisão, Evasão, e Frieza. Root, tornou-se uma lenda entre eles dominando as quatro melhor do que qualquer um outro guerreiro na história da tribo dos Nkak, nome nativo desta.

Fui ate ao balcão, e sentei-me ao lado dele e disse baixo.

-Quem és tu? E o que fizeste com o meu irmão?- Soltei uma risada baixa, pensando que ele apanharia a piada.

-Eu sou o homem que tu destruíste quando resolveste afundar a Ilha Retorquiu secamente, e sorveu um gole da caneca com desprezo.

-Então já sabes…- disse sem nada melhor para dizer. Root adorava a Ilha e sabia que afundar esta significava apagar a sua vida ate aquele momento, todos os que conhecia e amava, iriam desaparecer e esquecer-se dele.

-Eu sinto-o seu idiota- Insultou-me, ainda que levianamente, era algo que ele nunca tinha feito.

-Perdoa-me mas não temos forças para lutar.- Ergueu uma imperatória palma que me calou. Levantou-se, e largou dois droidões, a moeda da Ilha, em cima do balcão e virou costas para se ir embora.

Tinha de fazer algo ou ficava sem o meu irmão:

-Hoje a Ilha vai ao fundo, quando o Sol se esconder vou estar nas docas Leste, com um barco para fugir. Lá vão estar aqueles que preciso para recuperar a Ilha.

Root hesitou enquanto falei, e saiu.

Engoli a mágoa que me cortava a garganta, e saí do estabelecimento. Caminhei pelas ruas vazias debaixo do Sol poente em caminho ao salão da corte real. Percorri os corredores do palácio e entrei discretamente no salão, sentei-me no trono, sensação estranha, a sala rebentava de gente que queria saber para o que ali estavam. No fundo só estavam para eu me despedir dos mais próximos.

-Boa noite meus amigos. Todos se perguntam porque convoquei esta reunião, pois e só para vos dar a entender que voltei para reinar – Mentira… - e que não vos voltarei a falhar – Mentira, outra vez.

Os cortesãos rejubilaram e gritaram e riram de alegria de terem o seu governador sentado no seu trono de novo. Uma lágrima correu-me ao olho, limpei-a e levantei-me do grande cadeirão. Comecei a caminhar para o exterior da sala, cruzei-me com Mãe:

-Pode iniciar o processo. - Em resposta a minha mãe acenou. - Adeus Mãe..

Caminhou para longe de mim, era a ultima vez que a via e lamentava esse facto.

Abanei as preocupações da minha cabeça e pensei: “Agora falta o Maar…”

Percorri os corredores da torre dos quartos de hóspedes, e cheguei ao quarto 414, estaquei em frente da porta. Respirei fundo, levantei o braço para bater a porta... Hesitei... Voltei a respirar fundo... Bati e abri a porta num só gesto...

- Boa noite Maar...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Castelo

A vida fez assim,
um castelo de pedra e gelo,
em mim.

Com dor,
Com magoa,
Com tristeza
Pagou o justo pelo pecador..

De pedra o castelo se fez
De gelo se rodeou

Mas um dia tu chegaste
E por gelo e pedra
Atravessaste
Caminhando cegamente
Aos toques e tropeços
No fundo do meu coração tocaste
E desde esse dia o sol brilhou,
E tu, no meu Castelo, reinaste..

Loveless

Prologue
When the war of the beasts brings about the world’s end
The goddess descends from the sky
Wings of light and dark spread afar
She guides us to bliss, her gift everlasting

Act I
Infinite in mystery is the gift of the goddess
We seek it thus, and take it to the sky
Ripples form on the water’s surface
The wandering soul knows no rest.

Act II
There is no hate, only joy
For you are beloved by the goddess
Hero of the dawn, Healer of worlds

Dreams of the morrow hath the shattered soul
Pride is lost
Wings stripped away, the end is nigh

Act III
My friend, do you fly away now?
To a world that abhors you and I?
All that awaits you is a somber morrow
No matter where the winds may blow

My friend, your desire
Is the bringer of life, the gift of the goddess

Even if the morrow is barren of promises
Nothing shall forestall my return

Act IV
My friend, the fates are cruel
There are no dreams, no honor remains
The arrow has left the bow of the goddess

My soul, corrupted by vengeance
Hath endured torment, to find the end of the journey
In my own salvation
And your eternal slumber

Legend shall speak
Of sacrifice at world’s end
The wind sails over the water’s surface
Quietly, but surely

Act V
Even if the morrow is barren of promises
Nothing shall forestall my return
To become the dew that quenches the land
To spare the sands, the seas, the skies
I offer thee this silent sacrifice

segunda-feira, 17 de maio de 2010

(In)Gloria

Determinado Deus, gritava com um dos seus míseros mortais...

Que alma e essa por quem fazes tudo pobre estúpido mortal?..
Em que cousas vale mais a alma dela do que a tua meu inegrume?!
Dei-te a ti vida para tu a dares a ela minha besta?...
Que creatura disforme te hás tornado tu que agora deitas a tua vida fora e dedicaste a ajudar quem não merece?!

Com um sorriso triste, e um a lágrima no canto do olho.. o pobre mortal replicou com serenidade e magoa na voz..

Meu senhor, e muita a minha gratidão por te mostrares assim, a mim ainda que seja para me ralhares..para me punir..
Pois eu dir-te-ei porque o faço..faço-o por um motivo singelo..simples..
Um motivo quente..mas que me move a cada dia...quando dizes em que cousas vale mais a alma dela do que a minha...em nenhuma..mas, eu pobre mortal que nada mais tenho a lhe oferecer, nada mais lhe posso dar que a minha própria vida..e dedicação..
Trato-a com carinho...
Faço-o pelo simples motivo...

De a amar...

Faço-o por amor meu Deus... e se não me aceitais assim... Pois puni-me! Castigai-me com toda a vossa severidade! Pois daqui não arredo , e do amor dela não abro mão! Por tudo farei para a ver feliz, e para a amar enquanto ar nos meus pulmões tiver!!

....

Infelizmente, Deus assim fez, e o pobre coitado, estropiado ficou, aleijado, coxo e desamparado...
A tal alma ficou, o amor prevaleceu..

O pobre podia agora ser feliz...

Mas durante quanto tempo?..

Afinal..


Nada dura para sempre...

domingo, 16 de maio de 2010

Cada segundo conta..

Foi contigo que aprendi que cada segundo e para ser vivido como alma independente. Mostraste-me que não temos de viver cada segundo sentindo a presença um do outro, nem a cheirar o aroma de ambos. Ensinaste-me que os momentos especais o são, porque são raros. Se acontecessem sempre deixavam de o ser. E tudo perdia o interesse..
Tudo isto e verdade.. mas não deixo de sentir a tua falta em determinados momentos.. Sei que o esforço foi muito, e de todas as vezes que sinto essa falta, forço-me a reconsiderar a situação, e acabo a compreender os motivos.
Tens lutado de unhas e dentes por aquilo em que acreditas. Por nos no fundo.. e se tu própria não reparas e ninguém to diz, eu digo, parabéns porque muita coisa mudaste com o teu esforço, quer em mim como em ti..

Quando estamos perto um do outro, basta-me para ser feliz, ver o teu sorriso, mesmo que a distancia, mesmo que seja com os teus amigos, isso basta-me para ser feliz..
Mas para saciar a minha sede de te amar, preciso de mais, mas não to peço.. Porque?.. Nenhum prémio se deve pedir, se dele formos merecedores, ele vira ate nos.
Da mesma maneira, não te peço mais tempo, ou atenção, ou carinho. A que me das agora e mais que suficiente ate que eu seja merecedor do tal prémio.

Por todo o esforço..
Por todo o amor..
Por toda a luta..

Um sincero e carinhoso.. Obrigado..

Amo-te..

terça-feira, 4 de maio de 2010

Feel..

Ele.. amo-te..
Ela... odeio-te..
Ele.. o sentimento e mutuo..
Ela.. Parvo..
Ele.. mais uma coisa em comum..
Ela.. olha pronto quero acabar ja aqui tudo....nao quero nao..
Ele.. bem me parecia..
Ela.. es mau..
Ele.. es-me tudo..
Ela.. sou?
Ele.. es..
Ela..gosto de ti...
Ele...eu nao..
Ela..estupido..
Ele..cala-te..e beija-me..
Ela.. como e que eu te aturo ha um mes?!
Ele.. nao sei mas ainda nao te foste embora..
Ela.. devia ir..
Ele.. força..
Ela.. nao quero..
Ele..nem eu..
Ela.. mas continuas a ser um parvo..
Ele.. continuo a odiar-te..
Ela.. que raiva..
Ele.. hehehe..
Ela.. Nao te rias seu estupor!..
Ele.. levas as botas?
Ela.. ahahah..
Ele.. levas ou nao?..
Ela...nao..
Ele..oh vala..
Ela.. vou pensar no teu caso..
Ele.. es cruel..

Ele.. Amo-te...

Ela.. Eu tambem...



Amo-te..

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Moe Ikaii..

Moe Ikkai..Once Again..Mais uma vez..

Por tantas vezes baixei os braços,por outras tantas desisti e atirei as armas ao chao. Abri meus braços e penitencia esperei, penitencia que me rasgasse a alma e expusesse a minha podridao obscura a nu. Penitencia essa que nunca chegou...
Ja nem de penitencia sou merecedor..
...nem de castigo..
Sou assim tao obscuro, tao podre por dentro que nem um castigo mereço?!...
Neste momento de desespero...neste hora em que a pedra mais negra fica batendo apenas por sobrevivencia, sem derradeiro sentimento....
... sinto o calor da tua pele, a tua cabeça pousar no meu peito..e um sincero e triste "desculpa" corta o silencio, que se havia instalado entre nos..
Nos olhos verdes vi sinceridade, nos labios roseos vi a falta de um beijo..
...dentro de mim, vi , ainda que pouca e fraca, uma luz.. um pequeno ponto ver no meio da podridao em que se havia tornado a minha alma.. No meio de sangues coalhados, memorias e cicatrizes uma pequena flor.. nasce, no seio da morte.. Fazes me ajoelhar, deitar os braços ao chao e segurar no que havia deixado cair, esquecer o desespero, a exaustao, a carencia e as marcas negras que me assolam corpo e mente! E das-me animo para me levantar!
E mais uma vez lutar...sangrar, chorar, suar, deseperar!
.. e continuar..

Desta vez...eu ganho.. porque no fim..
Quando me levantei.. O beijo que faltava nos olhos foi tao sincero quanto os olhos verdes..e tao quente quanto o coraçao que o sentiu..

Falhei um pensamento..

A minha mente branqueou durante instantes..

E o regresso a realidade foi mais cruel do que calculei...mas ainda assim..mais suportavel do que esperei..

Posso nao ser princepe..nem ter cavalo..

Mas de tudo farei..

Para que sejas feliz..

Moe Ikaii..

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Jogo...

Ha quem diga que a vida nao e um jogo, e que nunca dela o podemos fazer..
Lamento por essas pessoas pois ainda nao econtraram o que eu ja encontrei.

Nos olhos nasce um superficial misterio..
Superficial mas especial..
De ambas as partes a dor era latente, e a decepçao pela Humanidade em si era imensa..
Do nada, os olhares cruzaram-se, as mentes entraram em lapso, as peles incendiaram-se..e a vida continuou..
Os momentos que se seguiram foram mais proximos, a confiançao foi crescendo.. Partilharam-se segredos..
Contaram-se verdades..
Confrontaram-se feitios..
Dois destinos poderosos cruzaram-se, chocaram, e dai nasceu uma relaçao de amor acirrado..dai nasceu um jogo..

O Jogo..
Jogo esse que nunca me canso de jogar, que morrerei a tentar ganhar.. Porque se tal for mesmo preciso morrerei a jogar a teu lado.

Por muito que a vida fosse ma, havia momentos em que vencer no jogo, melhorava tudo. Tudo se tornava claro e um pouco menos obscuro..

Infelizmente.. Por deslize o jogo por dias desapareceu, e os dias ficaram escuros, as tardes repletas de memorias hediondas, e as noites passaram a ser mal dormidas.

Contigo, percebi, que o jogo nos era vital, fazia ja parte de nos..

E agora luto.. profundamente..para o trazer de volta. Contigo..

Anda...

Da-me a mao...


Vamos jogar..!

domingo, 11 de abril de 2010

Sangue

Ajoelhado no chão, sobre a sua própria e imunda poça de sangue. Esse liquido viscoso e vermelho que nos da vida, vida essa que ao vermos tanto sangue podemos ter ou deitado fora ou acabado de perder.. O sangue e vida, por isso, aquele que se ajoelhar em cima do seu sangue, e sobrepoderoso...Porque? Porque essa pessoa esta ajoelhada sobre a Vida.. E quem se ajoelha sobre a sua propria vida, não e de todo fraco. O sangue por fezes ferve em nos..Ferve naquele momento critico, naquele momento de adrenalina, naquela situação dramática..naquele momento de amor..
Mas..porque?..sao reacções biologicas?..quimicas..?..nah..todos nos em todas estas situações sentimos ardor, esperança, calor e por vezes bem-estar..mas e se do nada tudo isto nos e negado..

Não
e possível viver sem sangue..
O sangue faz-nos sentir...
logo..
E impossível viver sem sentir..

sábado, 30 de janeiro de 2010

Frases Soltas

Por hoje vou vos só mostrar algumas frases soltas...


O sábio diz: Caí, rasguei-me no chão e, com um sorriso rasgado digo que sinto um rasgo de emoção no meu rasgado coração.
O manipulador diz: "A vida é um jogo. A única coisa que interessa é se és um peão ou um jogador."
O bem disposto diz:"A vida e uma orgia para quem a souber viver!!"
A apaixonada diz: "Vou esperar sempre ate que o vento deixe de soprar..."
O experiente diz: "Aprendi a não teimar com mulheres teimosas!"
A curiosa pergunta: "Que mal fará?"
A perdida no mundo diz:""Eu era apenas mais uma pessoa no mundo, mas o meu sonho era ser o mundo de uma pessoa... "
A magoada ainda entre lágrimas consegue dizer:"O amor é como o vento, não podemos vê-lo mas podemos senti-lo..."
E o Aventureiro diz:"Estimem o que têm pois dura pouco, amem com todo o vosso ser e não percam uma única oportunidade de serem felizes!"
E o bom irmão diz:"Sem pedir nada em troca, sem te nunca negar nada...e vou la estar."


e o autor no fim diz..

"O mundo e feito de frases..
Palavras e momentos...
Momentos esses que aprendemos a saborear ou a desgostar..
Mas são frases inteligentes como estas vossas soltas,
Que fazem o mundo humano girar.
São estas frases soltas que nos fazem no fundo...
Pensar.."

Um Abraço grande e sincero aqueles que mesmo sem querer participaram nesta montagem. Obrigado.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Revelaçoes (IV Volume)

O sol chegou mais depressa do que julguei.
Raios amarelos e brilhantes entravam pela janela serpenteando o ambiente com um calor confortavel.
Nao tinha dormido nada nessa noite. Irma ainda dormia como a jovial criança que ainda era.
Farto de estar deitado, levantei-me e vesti a camisa de linho que me esperava aos pes da cama, e as calças de algodao que estavam espojadas no chao. Sai ate ao corredor, na esperança de apanhar alguem que me desse um pequeno almoço e me ajudasse a vestir pelo menos a couraça.
Avistei um pequeno e roliço rapaz ao fundo do comprido corredor pavimentado de marmore.
- Hei! Tu ai ao fundo!!- o rapaz virou a cabeça na minha direcçao com um rosto intrigado- Es serviçal aqui?
A expressao do rapaz alterou-se para uma pejada de medo.
-Sou sim... Mestre..- respondeu o petiz a tremer de medo. Medo esse que eu nao gostava de ver em nenhum dos habitantes da Ilha...Medo de mim..
-Nao me trates por mestre!- com um sorriso e um gesto de mao fiz sinal para que ele se aproximasse- Fazes-me um favor?
-Estou ca para o servir..Senhor..
-Ai! Assim nao!- sorri - Vai por favor chamar o Primeiro.
-Sim senh...erm... mais alguma coisa?
-Humm... trazme alguma coisa para roer, e papel de areia por favor.
-Sim!- o rapaz finalmente sorriu.
Afaguei a cabeça do pequeno e deixei-o ir.
Voltei a entrar no quarto e para a minha ja habitual surpresa, Irma ja nao estava no quarto. Fui buscar as peças da armadura para perto da cama. Depois do tempo que tinha passado em guerra tinha medo de estar desarmadurado. Sentia-me inseguro.
O conjunto estava sujo e oxidado. Tinha mossas e fendas enormes por todo o lado. Estava desfigurada mas era a unica que tinha. Perdido em pensamentos vaos, so dei pelos passos pesados e o roçagar de chapa quando estes eram ensurdecedores.
Alguem surgiu a porta vestindo uma armadura negra com detalhes dourados. Contornos e decoraçoes belicas todas marchetadas a pedra onix. Ja havia batido com a tola naquele arnes muita ves...
-Entao sempre e verdade...voltaste.- Era o Primeiro, este homem era dos mais sabios senhores da guerra que algum dia eu vira. Com um porte soberbo, e uma estrutura gigantesca.
-Voltei sim, tiveste saudades minhas?
-HMPF! Eu nao tenho saudades..
Abraçei o gigante de aço.
-Larga-me seu babuino maricas!
-Obriga-me..- esqueci-me porem de que ele tinha uma força estrondosa. O Primeiro agarrou-me com um braço ergueu-me no ar e arremessou-me contra a parede oposta do quarto. Os meus ossos estatelaram-se contra a parede e produziram um som humido e crocante em simultaneo, um asco de som. Senti o pequeno fio de sangue escorrer do meu labio. Levantei-me a custo e disse:
- Nao perdeste a força velhinho!
-Tu chamaste-me velho!??! Tu acabaste de me chamar velho?!?!?
O homem avançou para mim mas eu fugi do seu caminho e tentei acalma-lo.
-Calma! Calma!- Nao queria ser projectado pelo ar de novo.- Va, ajuda-me a vestir a armadura anda.
Primeiro deu a volta ao quarto e encontrou as peças no chao:
-Vais vestir este monte de lixo ferrugento?...
-Vou- retorqui - e ja pedi papel de areia a um moço para a limpar.
-Jovem! Isto nem com toda a areia da ilha vai ao sitio!! - riu com gargalhadas altas, com as maos nas ancas.
-Pois é capaz mas é a unica que tenho e...
-Não não é! - interrompeu o Primeiro.
-Ai nao?...- perguntei incredulamente.- Mostra-me uma outra entao!
-Caxopo parvo.. Anda comigo, vamos visitar O Ferreiro.
-Esse homem ainda e vivo!??!- Eu pensei que a minha ausencia tivesse sido suficiente para metade da populaça morrer..
-É! E ESSE HOMEM E MAIS NOVO QUE EU!!!PORTANTO VE BEM A QUEM CHAMAS VELHO Ó PELINTRA!- a voz de Primeiro rugiu corredor fora..
-AHAHAHAHA...- as risadas saltavam do meu peito como flechas. Tudo parecia calmo..estava a sorrir como ja nao sorria ha muito..estava em paz.
Saimos do quarto a passos largos, cobrindo rapidamente a distancia que separava o quarto e as galerias subterraneas do palacio. Era la que O Ferreiro trabalhava se bem me recordo. O Palacio começava a acordar. Os serviçais começavam a correr de um lado para o outro num atarefado maranhal de pessoas. Corriam com travessas de frutos, ou anforas de agua quente para os banhos..
-Onde anda o Braço?- lembrei-me eu de perguntar.
-O que o larilas do teu irmao?- O Primeiro havia-nos treinado desde pequenos aos dois. Havia sido eu a subir ao trono porque a ambos interessava mais o fio da lamina do que a ponta da pena,mas como um de nos tinha de o fazer e Irmao nao conseguia ver assuntos regenciais a frente, subi eu.
-Sim.
-Deve estar no Vulcao.
O Vulvao era uma taberna local muito popular pelo seu hidro-mel negro e a cerveja de carne. O seu nome era Vulcao da Ilha. O meu irmao passava la a vida entre mulheres, comida e bebida e encontrava por la o seu divertimento.
- Tenho de me econtrar com ele mais tarde..- disse eu entredentes.- E ameaças locais?
-Nada, os nativos da Ilha continuam pacificos e a venerar a tua regencia.
-E ameaças externas?
-Por muito que a Ilha seja um territorio muito populado, durante a tua ausencia so houve um problema com um barco pirata, que as defesas da Ilha eleminaram todos os ocupantes.
-E a embarcaçao? O que lhe fizeram?
-O barco era magnifico. Guarda-mo-lo. Os nossos estaleiros estao neste momento a reparar os poucos danos que lhe foram infligidos.
-E a cidade?
-Segura, rica..
-Hum, e o comercio?
-Isso ja nao faço a mais palida ideia mas podes ver com o Abaco mais logo.
-Hum...
Mais uns quantos corredores, e uma duzia de portas velhas, e chegamos a uma das tais galerias.
Aventuramo-nos pelas galerias fora, e quando pensei que nos tinhamos perdido, chegamos junto duma porta enorme.
A porta gigante abriu-se um pouco e soprou de dentro um bajo quente e humido. Cheirava a metais quentes, e suor humano, uma mistura algo desagradavel. Os meus olhos lacrimejaram com o forte odor.
Repetitivas pancas metalicas ecoavam pela galeria.
O Ferreiro tinha por funçao trabalhar todo o mineral que era extraido na Ilha ou importado para esta.
O Ferreiro era um homem alto e barbudo, corpulento e vestia umas calças de algodao, e um avental de couro.
-Hoy!! Sua realeza voltou!- o seu sempre constante bom humor permanecia vivo.
-Voltei sim e nao sei quantas mais vezes vou dizer isso.- disse eu com um rasgado sorriso.
-Viemos buscar a Llorabella- Cortou secamente o Primeiro.
-Llorabella?- Interroguei eu. Nunca tinha ouvido falar de tal nome nas cortes, e o que raio andava uma senhora a fazer nas caves do palacio?
-Haaa...A Llorabella..
-Ela esta pronta certo?- as vozes tornavam-se cada vez mais pesadas.
-Mas afinal quem e essa Llorabella?!- gritei nao controlando a minha propria voz.
-A Llorabella é..- começou o Ferreiro trocando olhares cumplices com o Primeiro.
-A Llorabella é sem duvida a peça mais avançada de sempre. E tu foste escolhido para a usar.- Cortou mais uma vez o Primeiro
-Peça?! Escolhido!?
-Sim peça. A Llorabella e uma armadura.
-E porque e que eu nunca soube da sua construçao se é assim tao especial?
-Porque a Llorabella se construiu sozinha- admitiu o Ferreiro.
-Como assim "sozinha"?- estava tudo a ficar muito estranho.
-Um dia entrei de manha para iniciar o meu trabalho, e vi uma mistela azul cristalina estava espalhada pelo chao. Tentei apanha-la do chao para o limpar, e ela literalmente FUGIU-ME da mao!! Desde esse dia que a mistela se começou a juntar ali a um canto, dando lentamente origem a uma armadura perfeita.-apontou para um dos cantos da sala- Tentei de tudo, corta-la, espanca-la, nada, tentei tocarlhe e fiquei com a mao congelada 4 dias..
No canto para o qual o Ferreiro tinha apontado, estava a pairar fantasmagoricamente a tal armadura, que se levava pelo nome de Llorabella. Brilhava dentro duma bruma azul em tons de safira. A armadura parecia chamar-me.. O helmo era em Y, com uma longa crina azul e preta, tinha uma couraça completa, e ainda coberta por pequenas laminas que pareciam grossas escamas como as de um dragao.
-E ...é suposto..eu usar ..isto?
-Sim- responderam os dois em unissono.
Engoli em seco e dei um passo em frente. Outro passo saiu do nada, e quando dei por mim esta dentro da Llorabella. Senti o fresco do mar colar-se a minha pele..e a brusquidao de um poder colossal invadir-me por dentro..
Era incrivelmente leve...Perfeita..
-GENERAL!- o silencio havia sido quebrado e estavamos todos em sobressalto, um marujo entrou na sala, vinha suado e ofegante.
-O que se passa homem?!
-O horizonte general! O horizonte!!
Olhamos uns para os outros e saimos a correr da oficina pouco depois ja os tinha deixado para tras, a armadura era incrivel...
Finalmente chegámos todos á torre,e vislumbramos o horror..
O horizonte cobria-se de velas negras..barcos gigantescos navegavam contra a Ilha. Milhares de navios com velas negras como a noite que portavam nelas estampadas o infortunio da Ilha.
-Pode ser que sejam amigaveis- disse o Ferreiro.
Sentiu-se uma extrondosa explosao numa das encostas da Ilha e viu-se fumo a sair de um dos barcos.
-Nao me parece- disse o general.
E agora..?
Estamos a ser atacado..era so o que me faltava...
-Senhor meu rei!- apareceu nas escadas um dos guardas do portao.
-Que estas tu aqui a fazer homem? O teu posto e ao portao!
-Eu sei meu senhor mas tem de vir ate ao portao.
Mais uma correria ate ao maldito portao que pouco ou nada me custou graças a Llorabella. Cheguei ao portao e do alto da torre lateral, vi um ser humanoide. Nada parecido nem com os habitantes da cidade, nem com nenhuma das populaçoes nativas. Pelas orelhas, diria elfo, mas o tamanho era colossal. E os elfos eram pequenos. A seu lado estava o que aparentava ser um lobo, mas de medidas desmesuradas..
Estes vieram de alguma barriga com adubo magico so pode...pensei eu..



O que vira a seguir? Como vai Irmao enfrentar esta desgraça? E quem e este novo personagem que surge aos seus portoes?

Fim do 4º capitulo.