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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Fuga (VI Volume)

Quando a porta se abriu, vislumbrei o interior do quarto,a cortesã estava deitada na cama e Maar parecia ensonado, inspirei fundo e reuni coragem para falar:
-Boas noites senhor Maar. Arrume as suas coisas, e prepare-se para embarcar..
O sono parecia bastante, o homem bocejou como um leão. Por falar em leão o cão também estava a acordar e grunhiu como que a reclamar de o terem acordado.
- Huh? Já? Onde vamos?
-Vamos sair da Ilha - as palavras cortavam-me a garganta de tanta dor que me causavam.
- E o resto da população? Vamos abandoná-los? - Argh! Não estás a ajudar Maar! Eu sei que a população vai desaparecer. Suspirei reunindo paciência e disposição para regressar ao ponto zero.
-Mais uma vez lhe pergunto Maar, sabe alguma coisa sobre esta Ilha?
- Não.
-Óptimo então deixe-se de presunções e dúvidas infantis e traga as suas coisas se no quiser ser tragado pela Ilha.
- Certo... Não precisa de ser tão gráfico.
AH! Gráfico, o homem não sabe onde se enfiou, eu estava a ser literal.
-Não estava a ser metafórico. Quer saber porque?
- Dispenso...
Dispensa, meu deus este homem mói-me os fígados!
- Quer sobreviver?
- Sim... Seria agradável
Estava na altura de lhe contar a verdade, se ele ia ficar comigo tenho de falar com ele, começou a reunir os seus materiais e equipamentos.
-Então quer saber… Esta Ilha não e o que aparenta ser..ao invés de um ponto mercantil perfeito, ou um destino paradisíaco esta ilha vive e não numa maneira druida da coisa vive mesmo, e um ser marinho que dorme durante milénios. este pode ser acordado pelo seu actual possessor..
- O senhor, certo?
-Quem me dera senhor Maar!...Não, essa seria a minha mãe. ela sim vai poder acordar o Hidraulu. Assim toda a ilha entrara em movimento e afundar-se-á no oceano. Num processo sem retorno. Ou melhor através dum ritual e possível tornar-se o novo domador do Hidraulu mas isso seria outra história quanto a população todos os habitantes da Ilha que se ligaram a esta tem salvação garantida o Hidraulu envia-os em bolhas de água de alta pressão para locais dispersos pelo mundo. Sem memorias de que algum dia viveram na ilha por isso só nos e que temos de fugir entendido?
- Percebido. Senhor peço perdão - Perdão? Este homem não esta bom da cabeça.
-Que se passa?
-Será que podia impedir que a memória de Igaia fosse apagada? Eu prometi-lhe que nos voltaríamos a ver...- E agora esta apaixonado! E claro que não posso fazer nada disso!... Mas espera posso enfia-la num dos casulos. Teremos de a encontrar mas ela não perde a memória.
-Infelizmente, não consigo controlar a eliminação da memória. A única coisa que posso fazer é colocá-la num casulo antes da evacuação para a proteger desse efeito... Mas ela terá de ser libertada, pois ficará adormecida nesse casulo até este ser quebrado.
-Se é essa a única alternativa, desde que nos possamos voltar a abraçar...- parecia que lhe tinham tirado 50 barcos de pesca carregados de cima dos ombros.
-Então fica decidido. Não se preocupe mais, senhor Maar, agora temos outros assuntos a atender.
Dei um passo fora do quarto e chamei um pajem que passeava nos corredores.
-Rapazola chega aqui - o pequeno correu ate a porta – Vais levar esta menina para os aposentos reais e deita-la na minha cama.
O pequeno assentiu e seguiu.
Maar olhou para mim de soslaio e perguntou:
-Na sua cama? - parecia desconfiado. Resolvi esclarecer logo tudo.
-Sim e o casulo mais resistente que temos, e usado para regentes que já não tem mobilidade. Descanse, em breve vai perceber que na minha vida mulheres já me chegam.
Enquanto íamos falando descemos as galerias do palácio, e chegamos ao exterior onde atravessamos a cidade inteira, ate chegarmos as docas Leste. Lá esperava o barco para fugirmos, onde já estavam o Ferreiro, ia precisar dele para perceber a Llorabella, O Primeiro se quero sobreviver, Root e meu irmão e não o podia deixar para trás. Se a sorte soprasse a meu favor então ela também lá estaria. E Maar, ele e o único que estou a levar sob incógnita. A dúvida estava a consumir-me por dentro. Tinha de lhe perguntar:
-Por acaso, não ..Não viu nenhuma mulher a dirigir-se para cá?
- Erm... não sei se hei-de chamar-lhe mulher, não parecia humana, não lhe senti Energia Clarificada, no entanto ela voava; não notei nenhum pulsar nem batimento, mas a sua presença notava-se forte... Conhece-la?
-Sim..isso quer dizer que ela vem..ela e a primeira ainda faltam os outros 6...essa mulher tem um poder que o transcende!
- 6? Não serão por acaso...
-São 7 eles. E são algo que não pode ser discutido agora sob estas circunstâncias. Ela..
ela chama-se Luxúria..
- Entendido. Como eu pensava. Compreendo.
E para mais ela e especial para mim.. Siga-me..-Atravessamos as docas e subimos ao barco, já lá estavam todos e resolvi apresenta-los -Ali aquele senhor armadurado, e o Primeiro, e o de avental e o Ferreiro. Senhores este e All..- Raios do nome em elfo, não consigo prenuncia-lo.. enrola a língua..ARGH RAIOS!
- Aelwynd Maar, Meio-Elfo ao vosso serviço
-isso...- Finalmente podias tê-lo feito mais cedo não achas?
-Então só falta ela disse o Primeiro com a voz rouca e pesada.
-Sim falta ela. E o Root?
-Já esta lá em baixo na camarata. Ia com umas trombas que nem te conto.
Só podia.. Mas fico feliz por ele ter vindo. Não era capaz de fazer isto sem ele.
Entre tanto, um pó cintilante e dourado começou a pairar no ar, era ela, Lux.
O rosto dela apareceu debaixo da sua capa negra. Com uma expressão de alívio disse-lhe:
-Lux..vieste. – Sorri -Já estamos todos. Vamos embora. REI MAR, LEVA-NOS PARA LONGE DA MORTE CERTA. HONRA_NOS COM A TUA BOA MARÉ!
Com o encanto que qualquer regente da Ilha tem de saber, as mares e os ventos levam a embarcação do regente navega por si só. Já navegávamos ao largo da praia em direcção a alto mar, e sol vermelho já raiava no céu, quando Maar me chamou a atenção:
- Não apanhei o seu nome
-Irmão ,bem mais fácil que o seu não e?- Rimo-nos em uníssono, facto verídico era que o nome era quase impossível de dizer.
- Tal é de pensar, sim. - Ao menos concorda comigo. Já não e mau.
Navegamos em direcção a mar alto e fugimos a enorme desgraça que a Ilha abraçara, agora a afundar-se no tremendo mar. O Hidraulo ia agora acordar…


(Fim)

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