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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Caminhos Cruzados (V Volume)

Mirei os dois seres enormes de alto a baixo, um canídeo enorme, e algo que só poderia dar como elfo, mas era enorme para o tamanho normal da raça. Quando em campanha, cruzei-me com enumeras raças sendo que umas delas eram elfos, os elfos eram esguios magros e claros, este e o oposto bronzeado, alto espadaúdo, uma verdadeira besta! Que será que queriam aqui? Especialmente numa altura como esta?

- Bons dias, Irmão, Regente da Ilha. Qual e o problema?

- Graças aos Deuses que chegou! Venho trazer-lhe uma informação urgente: a ilha está prestes a ser atacada! Eu avisei o guarda sobre os barcos, mas dizem que sou louco! Eu vi! Eu vi! Na floresta, uma estátua viva apontada para cá! E...

Não podia ser…ele viu a estatua.. Os barcos. QUEM É ESTE HOMEM!?.. é melhor tê-lo por perto..ele tem de ficar comigo, pode ser mais do que eu penso.

-O guarda com certeza estava distraído, e será devidamente disciplinado pela imprudência.. Quanto estatua é bem possível que sim que a tenha visto, entre suba ao salão, uma cortesã, acompanhá-lo-á.

Traga o seu...- Interrompi-o antes que ele pudesse entrar em devaneios, mas hesitei perante a dúvida do nome que havia de atribuir ao cão adubado.

- Fierce. Nem eu sei muito bem o que ele é mas ele dá-se bem comigo.

-Hum.assenta-lhe.- facto era mesmo esse, em línguas de outras culturas humanas, Fierce, significava, destemido, temido, imponente. E o cão era mesmo tudo isso Quanto ao ataque, já tomei conhecimento, e um acontecimento sem precedentes. A corte será reunida sob a minha ordem para se tomar um plano, será dos primeiros a ser informado da sua conclusão.

- Mas não há tempo! Eles aproximam-se! Possuem uns canos que expelem fogo mas que não são mágicos! Os barcos são enormes e repletos de soldados! As tropas deveriam ser reunidas imediatamente...

- Eu ofereço-me para ajudar no que puder.- Este homem e doido não sabe o que diz. Resolvi acalma-lo e correr para a corte.

- Sabe alguma coisa sobre esta ilha senhor..?- perguntei com um tom seco e cortado inquirindo subtilmente sobre o seu nome.

- Nem por isso, não tive muito contacto com exterior, só me comecei a aventurar muito recentemente, fará já mais de uma semana, se não me engano. Esqueci-me de me apresentar! Perdão, chamo-me Aelwynd Maar.

Como eu esperava, nada sabia desta Ilha..

-Pois bem senhor Maar, por favor faça o que lhe digo, e dirija-se ao seu quarto designado com a sua companheira. E fique com a minha palavra de que hoje poderá descansar em paz, os barcos não se acercaram.

- Obrigado, bem preciso de descanso. E quanto a Fierce?- O cão seria sem duvida um pânico dentro do castelo, mas também era o ultimo dia da Ilha.. Mais vale deixá-lo ir.

-Aproveite bem a companhia da Ignia, ela e boa rapariga. Quanto a fierce leve-o. Se o mantiver sob a sua alçada nada lhe acontece. Os meus homens não são receosos. Ser-lhes-ha dado alimento aos dois, calor, e a si pelo menos diversão.- depois das palavras terem saído da minha boca arrependi-me do quão nojento que eu próprio soara..

- Uma boa proposta.

Seguiram os dois ate aos portões do palácio. Vi-os entrar e regressei a realidade, toquei com a palma da luva armada, no peito de aço da Llorabella, uma sensação refrescante inundou-me e senti-me motivado para continuar.

Lembrei-me de que tinha de avisar o meu irmão. Atravessei os portões do palácio e dirigi-me ate a cidade inferior, a zona das tavernas e mercados. Era aqui que ficava o Vulcão. O Vulcão e onde esta o meu irmão, Root. Desci as ruas do distrito e a medida que o fazia havia cada vez mais pessoas a celebrar o meu regresso. Enquanto descia as ruas ia-me sentindo cada vez mais culpado pelo que havia decidido. Lá ultrapassei o assunto, e ao virar de uma esquina, avistei uma turbulenta tabuleta que batia com o vento, onde estava inscrito “VULCAO”. Um enorme aroma a hidromel e um bafo de calor emanavam de dentro do estabelecimento. O Sol começava a pôr-se, tinha demorado imenso tempo a chegar ao Vulcão, e ambiente era festivo. Ouviam-se gritos de festa: “O REI VOLTOU”, “E MESMO ELE, ELE VOLTOU!”

Estas pessoas bem que podiam ajudar e não me fazerem sentir culpado.

Entrei e procurei pelo homem rodeado de mais mulheres, que falasse mais alto, que tivesse mais canecas de hidromel nas mãos e que fizesse mais questão de ser servido. Esse seria Root. Contrariamente ao meu julgo, embora o ambiente fosse festivo, não havia nenhum foco. Pelo contrário havia ate um homem, sentado ao balcão com uma só caneca na mão e mulheres nem vê-las. Só reconheci Root pela tatuagem que tinha no braço esquerdo. Uma marca tribal que fez quando se retirou para uma tribo local arqueira quando era mais novo. Uma flecha com quatro serpentes enroladas desde o ombro ate ao pulso. Simbolizava o poder e união da tribo, cada serpente representava uma característica que cada um deles tinha de dominar: Agilidade, Precisão, Evasão, e Frieza. Root, tornou-se uma lenda entre eles dominando as quatro melhor do que qualquer um outro guerreiro na história da tribo dos Nkak, nome nativo desta.

Fui ate ao balcão, e sentei-me ao lado dele e disse baixo.

-Quem és tu? E o que fizeste com o meu irmão?- Soltei uma risada baixa, pensando que ele apanharia a piada.

-Eu sou o homem que tu destruíste quando resolveste afundar a Ilha Retorquiu secamente, e sorveu um gole da caneca com desprezo.

-Então já sabes…- disse sem nada melhor para dizer. Root adorava a Ilha e sabia que afundar esta significava apagar a sua vida ate aquele momento, todos os que conhecia e amava, iriam desaparecer e esquecer-se dele.

-Eu sinto-o seu idiota- Insultou-me, ainda que levianamente, era algo que ele nunca tinha feito.

-Perdoa-me mas não temos forças para lutar.- Ergueu uma imperatória palma que me calou. Levantou-se, e largou dois droidões, a moeda da Ilha, em cima do balcão e virou costas para se ir embora.

Tinha de fazer algo ou ficava sem o meu irmão:

-Hoje a Ilha vai ao fundo, quando o Sol se esconder vou estar nas docas Leste, com um barco para fugir. Lá vão estar aqueles que preciso para recuperar a Ilha.

Root hesitou enquanto falei, e saiu.

Engoli a mágoa que me cortava a garganta, e saí do estabelecimento. Caminhei pelas ruas vazias debaixo do Sol poente em caminho ao salão da corte real. Percorri os corredores do palácio e entrei discretamente no salão, sentei-me no trono, sensação estranha, a sala rebentava de gente que queria saber para o que ali estavam. No fundo só estavam para eu me despedir dos mais próximos.

-Boa noite meus amigos. Todos se perguntam porque convoquei esta reunião, pois e só para vos dar a entender que voltei para reinar – Mentira… - e que não vos voltarei a falhar – Mentira, outra vez.

Os cortesãos rejubilaram e gritaram e riram de alegria de terem o seu governador sentado no seu trono de novo. Uma lágrima correu-me ao olho, limpei-a e levantei-me do grande cadeirão. Comecei a caminhar para o exterior da sala, cruzei-me com Mãe:

-Pode iniciar o processo. - Em resposta a minha mãe acenou. - Adeus Mãe..

Caminhou para longe de mim, era a ultima vez que a via e lamentava esse facto.

Abanei as preocupações da minha cabeça e pensei: “Agora falta o Maar…”

Percorri os corredores da torre dos quartos de hóspedes, e cheguei ao quarto 414, estaquei em frente da porta. Respirei fundo, levantei o braço para bater a porta... Hesitei... Voltei a respirar fundo... Bati e abri a porta num só gesto...

- Boa noite Maar...

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